Nos balcões, nos serviços centrais ou em teletrabalho, os bancários mantêm a banca em atividade ao serviço do País. Um setor essencial, mas de que poucos se lembram nestes tempos de pandemia – a começar pelas instituições de crédito, que recusam a negociação do ACT proposta pelo Mais Sindicato e o SBC.
O estado de emergência obriga à manutenção da atividade bancária. Assim, muitos bancários, que pelo tipo de funções que exercem não podem adotar o regime de teletrabalho, mantêm-se quer nos balcões a atender clientes, quer na execução de outro tipo de serviços indispensáveis à continuidade de negócio. Mas quem se lembra deles?
Fala-se – e bem – dos profissionais de saúde, das forças de segurança, das senhoras da limpeza… mas sobre os bancários quase não se ouve uma palavra, apesar de continuarem a trabalhar, expostos também ao risco da Covid-19.
Os bancários estão entre os que têm feito sacrifícios – e embora a população em geral pareça não se aperceber, o mesmo não podem dizer os bancos, que deveriam ser os primeiros a reconhecer a dedicação dos seus trabalhadores.
Os bancos publicitam o apoio ao país e às famílias, mas não devem esquecer que tal só é possível se apoiarem os seus trabalhadores.
Negociação não aceite
No âmbito do processo de revisão do ACT do Setor Bancário, o Mais Sindicato e o SBC apresentaram uma proposta de revisão da tabela salarial, cláusulas de expressão pecuniária e outras.
A banca respondeu recusando aumentos salariais, escudando-se antecipadamente nos efeitos da pandemia na economia. Mas foi mais longe, manifestando indisponibilidade até para rever cláusulas sem impacto financeiro.
“Não aceite” foi a resposta a toda a proposta dos Sindicatos. Este comportamento é inadmissível.
A proposta sindical teve em conta os lucros de 2019. Usar hoje a pandemia é oportunismo.
Os Sindicatos não são irresponsáveis nem alheios à atual situação económica do País.
Como sempre e de uma forma responsável, estes Sindicatos estão disponíveis para incluir na negociação respostas às dificuldades destes tempos, mas para isso é necessária a mesma predisposição por parte dos bancos.
Os números não mentem
No ano passado os bancos apresentaram resultados positivos significativos, que em nada inviabilizam a possibilidade de uma revisão da tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária coerente quer com esses resultados, quer com as dificuldades atuais – mas que, acima de tudo, premeie o enorme esforço e dedicação dos bancários e suas famílias.
Aconteça o que acontecer, os bancários são sempre os primeiros a sofrer – ou recebem migalhas ou não recebem nada, porque os bancos só se lembram deles para pedir sacrifícios, nunca para recompensá-los.
Nada justifica esta posição da banca. Embora conscientes das dificuldades atuais, os Sindicatos não abdicarão da negociação coletiva e retomarão o processo logo que possível.
A Direção
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