A Revolução dos Cravos ou o 25 de Abril, como eufemisticamente é designado, é o acontecimento histórico mais relevante da história moderna de Portugal, só comparado com a revolução do 5 de Outubro de 1910. Pôs fim ao regime ditatorial do chamado Estado Novo e culminou com a implementação, em Portugal, de um regime democrático, consubstanciado na aprovação pela Assembleia Constituinte em 25 de Abril de 1976 de uma Constituição com um forte cunho progressista, que refletia claramente a sua composição.
A restituição das liberdades, a conquista de eleições livres e democráticas, o fim da guerra colonial, a possibilidade de os trabalhadores se organizarem livremente em sindicatos, a legalização dos partidos políticos, a instauração do poder local e a democratização da sociedade em geral, foram as grandes conquistas que os anónimos capitães de Abril ofereceram ao Povo Português.
Havia quem garantisse que a revolução se fazia na rua, outros que estava na ponta das espingardas, porém foi o povo, com a sua grande sabedoria que soube escolher os seus representantes. E a democracia iniciava, assim, a sua longa viagem.
Desde a primeira hora que o SBC se colocou ao lado da Revolução, imbuído no espírito que catapultou a sociedade portuguesa e os trabalhadores para a sua libertação.
Homenageemos os heróis da revolução transcrevendo uma poesia que Sophia de Mello Breyner Andresen dedicou a Salgueiro Maia.
“Aquele que na hora da vitória
Respeitou o vencido
Aquele que deu tudo e não pediu a paga
Aquele que na hora da ganância
Perdeu o apetite
Aquele que amou os outros e por isso
Não colaborou com a sua ignorância ou vício
Aquele que foi «Fiel à palavra dada à ideia tida»
Como antes dele mas também por ele
Pessoa disse.”
A Direção