Helena Carvalheiro
Presidente da direção do SBC
As contas estão feitas. Em 5 anos, de 2011 a 2015, extinguiram-se cerca de 9.200 postos de trabalho na banca em Portugal, cerca de 16% do total de trabalhadores bancários, e estima-se que até 2020 este número possa ultrapassar os 13.000.
Seja por rescisões por mútuo acordo, seja por reformas antecipadas, o movimento, que se iniciou em 2009, em consequência da crise financeira a que se deu, comummente, o nome de “subprime”, parece não dar mostras de querer abrandar. Certo é que o resgate de que Portugal foi alvo, em 2011, veio agravar este panorama, uma vez que às ajudas recebidas pela banca, eram exigidas medidas, algumas muito injustas, com particular destaque para a redução de emprego e balcões.
E ao olharmos para a redução de trabalhadores em função da sua idade, percebe-se que as reduções se verificaram sobretudo nos quadros até aos 44 anos, empregando hoje menos 64% de trabalhadores até aos 30 anos e menos 21% de trabalhadores até aos 44 anos.
Mas a redução não é só feita nos trabalhadores. Com o encerramento de agências fora das grandes cidades, também as populações perdem. Perdem acesso a um conjunto de serviços básicos proporcionados pela banca e acabam, também, por perder alguma confiança nos próprios bancos.
Não veríamos esta situação como sendo problemática, caso o mercado de trabalho tivesse capacidade de absorver todos os trabalhadores que se deparam, repentinamente, numa situação de desemprego. A criação de novo emprego no sector é residual e temos assistido, com preocupação, ao crescente recurso a estágios e empresas de trabalho temporário, por parte da banca, para dar resposta às necessidades de pessoal, sem criação de vínculo ou de integração na carreira bancária. Não só não traz a estes trabalhadores qualquer perspetiva de carreira, como incrementa a pressão de conseguir fazer muito para, eventualmente, poderem ver o seu contrato prolongado. Não há, também, evidência de que sejam ex-bancários a ser colocados nas agências dos bancos pelas empresas de trabalho temporário. Por outro lado, é mais fácil encontrar agências com um bancário, um estagiário e um ou dois trabalhadores temporários e esta tendência, sim, parece ser crescente.
Neste 1º de Maio, data em que celebramos a luta dos trabalhadores pela reivindicação de direitos, é importante recordar porque estamos do lado dos trabalhadores bancários. E há mais de 80 anos que o fazemos.
Lutamos incessantemente pelos seus direitos, pela negociação de Acordos Coletivos de Trabalho e Acordos de Empresa, prestamos aconselhamento e apoio jurídico e apoio na saúde, porque o trabalhador bancário é a nossa primeira e única preocupação.
Em conjunto com os restantes sindicatos da FEBASE e com a UGT, estamos empenhados em que este Dia do Trabalhador se traduza numa grandiosa jornada de luta, demonstrando uma crescente união dos bancários e a mobilização da Classe em torno da defesa dos seus direitos, conjugadas no reforço da capacidade reivindicativa dos Sindicatos.
Os sócios do Sindicato dos Bancários do Centro sabem que podem contar com o seu sindicato!
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