Não fora a pandemia ter trocado as voltas aos portugueses, alterando-lhes hábitos e rotinas, e bem podíamos estar a falar no X Encontro dos Bancários.  Retomada a tradição no ano transato, o Departamento de Tempos Livres em colaboração com os Secretariados Regionais, organizaram a festa anual dos bancários e familiares. Pois muito bem, este encontro, muito ansiado por todos, principalmente pelos nossos reformados, teve lugar no distrito de Coimbra, na Quinta da Nora, em Miro, Penacova. Juntou algumas centenas de comensais que, como vem sendo hábito, se divertiram e conviveram em perfeita harmonia. É com grande satisfação que podemos dizer que, mais uma vez, este evento, se traduziu num grande êxito, a dar fé aos comentários dos colegas que elogiaram não só a organização como a ementa escolhida.

Estes encontros a que o SBC atribui grande importância são o corolário do cumprimento estatutário dos fins para os quais foi criado. Como associação de classe, o SBC, tem o dever de, não só defender os interesses profissionais, laborais e económicos dos seus associados, como o bem-estar moral e social, contribuindo, deste modo, para a sua emancipação.

Dentro da problemática social conexa com o desenvolvimento social harmonioso dos nossos associados, avultam importantes aspetos institucionais, entre eles o bem-estar dos sócios. Não é concebível que o desenvolvimento económico esteja dissociado de toda uma vasta problemática social e cultural. O cumprimento destes deveres cabe aos sindicatos, no caso em apreço com elevado mérito.

A importância destes encontros, do ponto de vista afetivo têm grande importância, pois é exatamente aqui que se encontram velhos amigos que as circunstâncias da vida conduziram a uma separação. Facilmente se constata que os reformados constituem a maioria dos presentes. Os camaradas do ativo precisam de ser mais instados a comparecer para que a troca de experiências conduza a maior solidez da nossa instituição.

Os pontos de partida foram Caldas da Rainha, Figueira da Foz, Coimbra, Leiria, Viseu e Guarda, com chegada prevista para as 12H30. Esperava-nos um belo banquete, como de resto tem vindo a acontecer e que mereceu rasgados elogios dos presentes. A festa prolongou-se tarde adentro com muita música e um lanche onde não faltaram as castanhas.

Também como vem sendo hábito, a Presidente Helena Carvalheiro, rodeada por todos os dirigentes sindicais presentes, fez uma intervenção onde foram abordados os temas quentes sindicais de momento.

Começou por agradecer a presença de tão elevado número de bancários e familiares, o caráter social que este tipo de eventos assume em contraponto com o individualismo que grassa na nossa sociedade, fortemente influenciado pelos média, pela publicidade e pela invocação do consumo que apela ao bem-estar individual, o interesse pelo corpo, o sucesso pessoal e o dinheiro. Elogiou a nobreza da vida em coletivo em que a solidariedade é um compromisso que todos temos que assumir e partilhar. Aludiu à tarefa ciclópica que neste momento constitui a contratação coletiva, cheia de entraves e rasteiras que as entidades patronais não se cansam de nos colocar, aludiu, ainda, aos lucros fabulosos dos bancos em contraponto com as migalhas dadas aos trabalhadores. Dez meses de negociações muito duras com muito desgaste emocional, foi o tempo que levou para chegarmos ao último acordo e que ficou muito aquém do almejado, disse. Aludiu ao abandono forçado de bancários nos últimos anos, fruto da digitalização da banca e, consequentemente, a perda de receitas. Referiu, ainda, que estamos em fase de revisão dos Estatutos e que a fusão dos sindicatos dos bancários é assunto arrumado, de momento. O tema dos bancários e a segurança social foi também muito referida por Helena Carvalheiro. Disse que os reformados bancários estão a ser prejudicados relativamente aos restantes reformados, quer os da Segurança Social, quer os da Caixa Nacional de Pensões, pois os nossos aumentos salariais não acompanham, nem de perto, nem de longe, os aumentos de quem está coberto por aquelas duas entidades. Este tema já começou a ser abordado à mesa das negociações e vai levar o seu tempo atá que se chegue a uma conclusão. Como não podia deixar de ser, o tema SAMS foi abordado. Referiu Helena Carvalheiro que apesar das receitas serem cada vez mais baixas, a boa gestão que tem sido posta em prática não tem interferido na qualidade da prestação dos cuidados médicos dos nossos associados.

A intervenção de Helena Carvalheiro constitui já uma rotina nestes encontros. Foi muito bem aceite pelos presentes que retribuíram com a sua total aprovação.

Seguiu-se um lanche retemperador onde não faltou o caldo verde e as castanhas. Prenúncio que a festa está quase no fim e que a partida não tarda. Assim aconteceu pelas dezanove horas, já com o pensamento no IX.

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