Após meses de espera, realizou-se hoje uma reunião entre os Sindicatos Verticais e o Montepio. Cego à realidade, o Montepio mantém a proposta de aumento zero.

MAIS, SBC e SBN tinham como objetivo para a reunião de hoje, 28 de abril, obter esclarecimentos sobre o ponto de situação do Programa 2020/2021 e eventuais repercussões em 2022… mas, fundamentalmente, pretendiam discutir os aumentos salariais para 2021 e 2022.

Relativamente ao primeiro ponto, o Montepio informou que em 2020/2021 saíram do banco 402 trabalhadores, dos quais 211 por rescisão por mútuo acordo (RMA) e 191 por reforma. No que concerne a 2022, o Programa ainda não está fechado, pelo que em breve os Sindicatos serão notificados.

Aumentos salariais

Recorde-se que o Montepio tem um instrumento de regulamentação coletiva próprio. Não obstante, em regra aplica, no mínimo, os mesmos valores resultantes do Acordo firmado por estes Sindicatos na revisão do ACT do Setor Bancário.

Em julho de 2021, e ainda numa fase inicial do processo negocial, o Montepio respondeu à proposta dos Sindicatos com uma contraproposta de aumentos zero – posição imediatamente criticada e rejeitada.

Quase um ano depois, a resposta do Montepio à revisão das tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária para 2021 e 2022 é a mesma!

Na reunião de hoje, sendo expetativa de todos que o Montepio transmitisse aos Sindicatos que faria o que sempre fez – aumentar os seus trabalhadores, no mínimo, nos mesmos termos de todos os outros trabalhadores bancários – vem dizer que mantém a sua posição de aumento zero.

Ou seja, depois de tudo o que mudou no País, no setor e no próprio Montepio – a situação da instituição melhorou, passando de um prejuízo de 80,7 milhões em 2020 para 6,6 milhões de lucros em 2021, enquanto a dos trabalhadores piorou –escuda-se exatamente na mesma fundamentação, num ato de total cegueira ao que o rodeia, para não dizer má-fé.

À espera de nova proposta

MAIS, SBC e SBN reprovaram prontamente tal postura, lembrando que se a situação no Montepio melhorou foi também à custa dos sacrifícios dos trabalhadores – dos que ficaram com mais trabalho e dos que saíram com pouca compensação; que os trabalhadores do Montepio merecem tanto ou mais que os restantes bancários, pois ao longo de anos têm sofrido a instabilidade financeira da instituição e não podem continuar a ser os únicos penalizados.

Esta postura em nada contribui para a paz social, tanto mais que os trabalhadores do Montepio se veem discriminados em relação aos restantes bancários.

O Montepio está a passar pelo processo de transição dos seus órgãos sociais, dos quais os Sindicatos esperam a justa e urgente mudança de posição. Assim, aguardam receber em breve uma nova proposta que, no mínimo, atribua aos seus trabalhadores a mesma atualização salarial que receberam os das outras instituições de crédito.

As Direções

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