De Aeminium a Coimbra, 18 caminhantes partem à descoberta da história da cidade.

Realizou-se, no passado dia 30 de Abril, a primeira caminhada urbana do SBC, organizada pelo Secretariado Regional de Coimbra, sob o tema “Coimbra, cidade muralhada”.

A atividade atraiu muitos associados, que rapidamente esgotaram as vagas disponíveis, interessados em descobrir os mistérios, as lendas e a história menos conhecida da Coimbra romana e medieval, através de uma caminhada guiada pela alta da cidade, em torno da sua mur

alha, das suas portas e do seu castelo. Sim, Coimbra teve um castelo!

Visita à Torre de Almedina e núcleo da cidade muralhada

Contando com um tempo prazeroso

 para a dinamização deste evento que marca o regresso das atividades de Tempos Livres do Secretariado Regional de Coimbra, começámos por visitar a Torre de Almedina onde está patente a exposição sobre o núcleo da cidade muralhada.

Aqui, para além da vista panorâmica sobre a cidade que se obtém do alto desta conhecida torre, fomos acompanhados pelo Sr. Miguel Santos, da divisão de museologia da Câmara Municipal de Coimbra, que, dando-nos a conhecer um pouco da história e histórias da história, nos ajudou a antecipar o desafio que tínhamos pela frente.

Desafio, porque muitos destes elementos arquitetónicos da cidade romana e medieval desapareceram ou foram reabilitados, perdendo a sua traça original. Dois exemplos paradigmáticos são o Castelo, que se situava na atual praça D. Dinis e a Porta da Traição, que se situava na atual rua do Arco da Traição, próximo ao Instituto Justiça e Paz.

Nada que assustasse a nossa excelente guia para esta segunda etapa do evento, a sócia do SBC Maria da Luz Gonsalves, que brilhantemente complementou a informação que já recebêramos anteriormente a cada edifício, a cada marco da nossa caminhada. Na verdade, fica o agradecimento do Secretariado Regional de Coimbra à sua generosa disponibilidade, que em muito contribuiu para o sucesso desta caminhada urbana “Coimbra, cidade muralhada”.

A caminhada

Maria da Luz Gonsalves

A caminhada começou na Porta de Almedina, uma das cinco que iríamos visitar, em direção à Torre de Anto, passando pelo Palácio de Sub-Ripas, antiga Torre da Contenda. Daqui, seguimos até à segunda porta do percurso, a Porta Nova, ou ao local onde se estima que estivesse, ao fundo da rua do Colégio Novo, junto à Faculdade de Psicologia que aproveitámos para uma visita ao seu claustro.

Subindo a Couraça dos Apóstolos e a rua Inácio Duarte chegámos ao ponto mais elevado do nosso percurso, o Laboratório Chimico, que “esconde” duas torres da antiga muralha e uma enorme cisterna de água dos tempos medievais. Seguindo em direção à Praça D. Dinis encontramos uma moderna obra de Bordalo II e, passando pelo Colégio de Jesus e pela Faculdade de Medicina, chegamos ao local onde existia o castelo e mais uma porta, a porta do Sol, no local onde hoje encontramos as escadas monumentais.

A sua localização era estratégica, porque defendia um dos pontos de mais fácil acesso à cidade e em 1722 foi projetado para o seu lugar um observatório astronómico, que levou à destruição parcial do castelo e nunca chegou a ser concluído, tendo, nos 40, e fruto da construção da nova cidade universitária sido demolidos os vestígios que ainda restavam.

Seguimos em direção à Porta da Traição, onde foi possível ter uma nova panorâmica da cidade e perceber a razão de ser desta porta, que como se referiu, já não existe. Pela Couraça de Lisboa chegamos ao penúltimo ponto do nosso percurso, a Torre e a Porta de Belcouce, localizadas onde se situava o antigo Governo Civil.

Daqui prosseguimos até à última das cinco portas da cidade, a Porta de Barbacã, muitas vezes confundida com o Arco de Almedina e que confronta com a rua Ferreira Borges, onde concluímos esta primeira caminhada urbana, que se revelou um enorme sucesso e que mereceu dos participantes muitos elogios, apelando à realização de novas caminhadas temáticas, tendo recebido diversas sugestões, todas elas muito interessantes.

Não terminaria, porém, o evento sem um retemperador almoço de confraternização, para acalmar apetites despertados durante a caminhada. Será, sem dúvida, a primeira de muitas!

Aceda AQUI à galeria de imagens.

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