As estruturas sindicais do Sindicato dos Bancários do Centro reuniram, no passado dia 21 de maio para uma reflexão conjunta sobre o envolvimento dos jovens com a vida sindical, contando com um convidado especial, Carlos Moreira, presidente da comissão da juventude da UGT.
Com a presença da Direcção, dos Secretariados Regionais, da Secção Sindical de Reformados e da Comissão Sindical do Grupo BCP, esta reunião procura dar início a um ciclo de reflexão sobre temas que são importantes para o Sindicato, com o propósito de recolher ideias, experiências e partilhas que possam apoiar o desenvolvimento da actividade sindical, de um modo mais eficaz e adequado, não só às ideias e valores do sindicato, mas também às necessidades dos nossos associados, mantendo sempre a proximidade como elemento chave dessa relação.
Carlos Bicho, vice-presidente da Direcção e responsável pelo pelouro da sindicalização, referiu a importância dos jovens bancários, não só para o rejuvenescimento do sector, mas também da própria base de associados, reconhecendo as dificuldades existentes pelo facto das instituições financeiras não estarem a contratar muitos trabalhadores para os distritos de influência do SBC.
A realidade do SBC e de cada um dos seus distritos de influência foi abordada por Eduardo Alves, coordenador do Secretariado Regional de Coimbra, que apresentou uma análise da posição do sindicato em quatro eixos, evidenciando os aspectos pelos quais o nosso sindicato é reconhecido, os temas que limitam o nosso alcance, as oportunidades que o mercado apresenta e os desafios que enfrentamos a curto prazo, destacando-se, neste particular, o encerramento de sucursais e a redução de efectivos por via de RMA’s.
Porque esta reunião tinha o propósito de abordar o envolvimento dos jovens nos sindicatos, importava caracterizar a geração que mais recentemente entrou no mercado de trabalho, a geração Z, e o que a distingue das demais, em particular dos Millennials. Vários estudos e empresas de Recursos Humanos são consensuais ao afirmar que esta geração vem trazer uma forma diferente de estar no ambiente laboral e, por ser nativa digital, a primeira a nascer em pleno desenvolvimento tecnológico,
Carlos Moreira, dirigente sindical com muita experiência na relação com jovens trabalhadores e jovens sindicalistas, ao partilhar a sua visão sobre a forma como poderá ser feita a aproximação aos trabalhadores mais jovens, para que estes reconheçam nas causas defendidas pelos sindicatos e pelo SBC, em particular, valores que as tornem também as suas causas, explicou que a forma como os jovens hoje se relacionam, em rede, com modelos pouco organizados, mas que geram bastante adesão requer que os sindicatos ajam de uma forma diferente, mais dinâmica, visual e abrangente.
A comunicação, diz, hoje é tudo e tem de ser diferente do que era há 40 anos, enfatizando que é necessário que os sindicatos invistam na formação, com a certeza de que muitos jovens não evoluirão na vida sindical, porque será destes jovens trabalhadores que emergirão os líderes sindicais de amanhã, sendo, assim, importante trazê-los para todos os momentos da vida dos sindicatos.
A presidente do SBC, Helena Carvalheiro, sente que é necessário conseguir fazer passar a mensagem aos jovens trabalhadores do que são os sindicatos, porque existem e porque é que vale a pena ser sindicalizado e que nunca poderemos deixar de valorizar os problemas dos jovens, as suas realidades laborais e o que os move, não só porque são estes o futuro do sindicato, mas também porque é esta a nossa forma de estar, razão pela qual se mostra tão premente esta reunião neste momento.
Num debate participado e animado, marcado pela partilha de experiências e de boas práticas nas visitas aos sócios mais jovens nos seus locais de trabalho e de ideias potenciadoras de valor acrescentado à prossecução da actividade sindical, destacam-se atributos reconhecidos ao SBC, a coerência entre o que se promete e o que se faz e a transparência da informação e dos processos, emergindo um novo ímpeto para as acções de sindicalização que recentemente retornaram e a vontade de desenvolver novas formas de comunicação e aproximação aos jovens bancários.