A banca evoluiu na sua posição negocial ao aumentar a sua proposta em 1%, mas o valor é ainda inaceitável. MAIS, SBC e SBN querem negociar outras matérias e benefícios.
A quinta ronda negocial para revisão do ACT do Setor Bancário realizou-se no dia 6 de junho e embora se registasse uma evolução das partes o acordo não foi possível.
Depois de a quarta reunião de revisão do ACT ter terminado com a contestação dos Sindicatos à intenção das Instituições de Crédito (IC) de manter a sua proposta de aumentos salariais em 3%, nesta quinta sessão verificou-se um avanço. As IC anunciaram estar disponíveis para fechar um acordo com um aumento de 4% nas tabelas e em todas as cláusulas de expressão pecuniária. No entanto, MAIS, SBC e SBN reiteraram mais uma vez que esse valor percentual é totalmente inaceitável.
A posição dos Sindicatos é sustentada em vários fatores, nomeadamente:
- As negociações para atualização de tabelas salariais e cláusulas de expressão pecuniária têm por base o valor da inflação do ano anterior – e 2022 fechou com uma taxa de inflação de 7,8%;
- Os Sindicatos aceitaram em 2022 um aumento de 1,1% face a uma inflação de 1,3% (em 2021), no pressuposto de que este ano haveria a devida compensação da parte das IC;
- O ano de 2022 resultou em graves dificuldades para os trabalhadores, tendo em conta o enorme aumento do custo de vida;
- As entidades patronais, em contrapartida, registaram lucros extraordinários, que se estenderam já para o primeiro trimestre deste ano. Se tempos houve em que os Bancos se escudavam na crise financeira para não aumentar o poder de compra dos bancários, este ano não há desculpas já que todas as IC têm margem financeira para compensar os trabalhadores.
Assim, os Sindicatos manifestaram, mais uma vez, abertura para negociar outras matérias e benefícios, nomeadamente no que concerne ao crédito à habitação, entre outras … Mas deixaram claro que apenas o aumento de 4% não aceitam.
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