Mensagem da Presidente do SBC, Helena Carvalheiro

 

Começo por recordar as origens do 1.º de maio.

Foi neste dia, em 1886, que cerca de 500 mil trabalhadores convergiram para a cidade norte-americana de Chicago, numa manifestação gigantesca para reivindicar melhores condições laborais. As autoridades reagiram à ousadia com uma violenta intervenção policial, provocando mortos e feridos entre os manifestantes. A trágica repressão não intimidou os trabalhadores, que quatro dias depois voltaram a sair à rua, com alguns deles a responder às cargas da polícia, que prendeu vários dirigentes. Quatro viriam a ser enforcados e outros três condenados a prisão perpétua. A notícia espalhou-se pelo Mundo e as autoridades norte-americanas, perante a pressão internacional que se gerou, viriam a libertar os dirigentes presos.

Três anos depois (em 1889), o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decidiu que o Primeiro de Maio passaria a ser o Dia Internacional dos Trabalhadores.

A partir daí, a data passou a ser assinalada em todo o Mundo com jornadas de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.

Também em Portugal o 1.º de maio foi sempre assinalado, mesmo durante os quase 50 anos de Ditadura, com dirigentes sindicais e trabalhadores, entre os quais muitos bancários, a comemorar esta data tão marcante. Os que ousaram fazê-lo nessa época, enfrentaram a repressão, a violência das cargas policiais, em muitos casos a prisão e o despedimento como punição pelo arrojo.

Em 25 de Abril de 1974 a Revolução dos Cravos restitui a liberdade ao povo português, que a festejou na rua dias depois, nesse memorável 1.º de Maio que registou, por todo o País, as mais gigantescas manifestações de sempre.

Muitos de nós vão estar no JAMOR  neste 1 de maio de 2025, a participar nas comemorações promovidas pela UGT.

Mas mesmo os que não podem estar ali, certamente vão lembrar aqueles que arriscaram as suas carreiras na defesa de melhores condições de trabalho. Numa altura em que se vive um período conturbado, em termos nacionais e internacionais, em que surgem ameaças às conquistas que a muito custo se alcançaram, quero sublinhar a força da unidade dos trabalhadores, tanto maior quanto mais estes sintam a importância de apoiar os Sindicatos que os representam. O nosso setor é um dos que mais ataques tem sofrido nos últimos tempos, e as consequências só não são ainda mais graves graças à intensa atividade sindical.

Nesta data tão especial, reiteramos o compromisso de prosseguir a luta, com entusiasmo e sentido da responsabilidade.

Viva o 1.º de Maio!

Helena Carvalheiro
Presidente do SBC