Febase e IC estão na fase final das negociações sobre a revisão total da convenção coletiva. O momento é de procurar entendimento nas últimas questões pendentes.

Depois de quase quatro anos de intensas negociações, a Febase e as instituições de crédito (IC) subscritoras da convenção coletiva do setor bancário estão prestes a concluir o processo.

Na sessão de ontem, 31 de março, as partes estiveram a debater alguns temas ainda pendentes para o acordo de princípio final. Quando tal acontecer, o documento será submetido à apreciação e votação dos órgãos próprios das estruturas sindicais.

O objetivo da Febase e das IC é chegar ao texto final durante este mês de abril.

Entre as matérias ainda em discussão, chegou-se ontem a entendimento em algumas. São exemplo:

- os valores das ajudas de custo nas deslocações em Portugal e no estrageiro;

- a determinação da antiguidade, ou seja, data da última promoção por antiguidade como referência para o cálculo da seguinte, de forma a não defraudar a expectativa dos trabalhadores visto que do novo ACT só constarão promoções por mérito. Foi acordado que será o dia 31 de dezembro de 2014;

- no caso de férias interpoladas, o número mínimo de dias seguidos gozados foi reduzido para dez;

- relativamente ao SAMS, será finalmente retirado o advérbio “enquanto”, que desde a sua constituição faz depender a existência dos serviços médico-sociais dos bancários da criação do Serviço Nacional de Saúde – o que até agora tem deixado a porta aberta para que qualquer banco possa terminar com a sua contribuição para o SAMS . O novo n.º 1 da cláusula acaba com esta conexão.

 

Matérias pendentes

Para as partes chegarem a um acordo final, é preciso encontrar soluções para alguns temas ainda discordantes.

Depois da sessão de ontem, ficaram por resolver principalmente três questões: avaliação de desempenho, percentagem do aumento na tabela salarial e cláusulas de expressão pecuniária e exercício da atividade sindical.

Quanto à avaliação de desempenho, as IC continuam renitentes à inclusão no ACT de uma cláusula sobre o tema. Pelo contrário, a Febase considera-o fundamental, dada a importância de assegurar a transparência num processo com implicação nas promoções por mérito, que será o único critério para a progressão na carreira. Na reunião, a Federação deixou claro que esta matéria é para os sindicatos um ponto de honra, sob pena de a sua não-aceitação criar sérias dificuldades para a conclusão de um acordo.

Por outro lado, os 0,75% de aumento salarial em cima da mesa é considerado insuficiente pela Febase, que gostaria de ver esta percentagem subir.

Por fim, a questão dos trabalhadores requisitados para integrarem as estruturas sindicais também está pendente, sobretudo no que diz respeito às instituições onde a representação sindical é menor. A Federação ficou de apresentar nova proposta numa próxima sessão.

A troca de propostas escritas para dirimir as discordâncias continuará até à sessão seguinte, agendada para 12 de abril.

Depois de resolvidas todas as divergências ainda presentes, um grupo restrito com elementos de ambas as partes iniciará um intenso trabalho de revisão e numeração do clausulado, para que o documento final possa ser apresentado.

09 - Novo ACT próximo do acordo