A administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) reúne-se hoje à tarde com os representantes dos trabalhadores, em reuniões pedidas pelo próprio banco público que, segundo fontes sindicais, deverá servir para comunicar um programa de rescisões.

As reuniões serão com a Comissão de Trabalhadores da CGD e com os sindicatos representativos dos trabalhadores do grupo CGD, caso da Federação sindical do Sector Financeiro (FEBASE, ligada à UGT) e do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa.

Segundo fontes sindicais contactadas pela Lusa, na convocatória, não é indicado o tema das reuniões, mas a expectativa é que sejam sobre a apresentação do plano de rescisões por mútuo acordo, nomeadamente as condições que serão oferecidas aos trabalhadores que aceitem sair.

No âmbito da recapitalização da CGD, foi acordado com Bruxelas um programa de reestruturação, que passa pela saída de cerca de 2.000 pessoas até 2020, através de pré-reformas e rescisões amigáveis, num ritmo de 500 a 600 por ano, além do fecho de balcões.

A CGD teve prejuízos de 38,6 milhões de euros no primeiro trimestre, melhor do que as perdas de 74,2 milhões registadas entre Janeiro e Março de 2016, que o banco justificou com os custos extraordinários decorrentes do programa de pré-reformas e rescisões amigáveis que a está a implementar (com um impacto de 58 milhões de euros).

No final de maio, a Febase acusou a CGD de estar a "pressionar os trabalhadores para aceitarem o programa de pré-reformas em vigor".

A CGD tem vindo a emagrecer a sua estrutura nos últimos anos, inclusivamente com a saída de trabalhadores.

No final de 2016, tinha 8.133 trabalhadores em Portugal, menos 297 do que em 2015.

Também hoje à tarde, a CGD apresenta em Lisboa aquilo que designa por “banco móvel”, uma carrinha do banco que prestará serviços bancários em zonas em que a CGD não tem agências.

O plano de reestruturação do banco público implica o encerramento de mais de 60 agências por todo o país, o que provocou já protestos de autarcas e populações locais, caso de Almeida (na Guarda), o que levou a CGD a encontrar esta solução de agência móvel.

 

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CGD com fraca adesão de pré-reformas, acelera rescisões amigáveis

Hoje à tarde, a administradora da CGD com o pelouro do pessoal, Maria João Carioca, reuniu-se com os sindicatos e comissão de trabalhadores representantes dos funcionários do grupo bancário para anunciar que o banco avançará com um programa de rescisões.

Segundo disse à Lusa o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Grupo Caixa, João Lopes, a administração da CGD não está a ter as adesões que necessitaria no programa de pré-reformas em vigor, pelo que lança este programa de rescisões para conseguir atingir o objectivo de este ano reduzir em mais de 500 pessoas o quadro de pessoal.

Aos trabalhadores que queiram aderir que descontam para a Caixa Geral de Aposentações é oferecida uma indemnização de 2,1 meses por cada ano de trabalho, no máximo de cinco anos, e aos trabalhadores que descontam para a segurança social (trabalhadores mais recentes ou de empresas do grupo Caixa) 1,6 meses por cada ano de serviço, também no máximo de cinco salários.

Os trabalhadores poderão ainda manter algumas vantagens de crédito à habitação e serviços de saúde.

No âmbito da recapitalização da CGD, o banco público acordou com Bruxelas um programa de reestruturação que passa, entre outras medidas, pela saída de cerca de 2.000 pessoas até 2020, através de pré-reformas e rescisões amigáveis, num ritmo de 500 a 600 por ano.

A CGD já tinha vindo a emagrecer a sua estrutura nos últimos anos, inclusivamente com a saída de trabalhadores.

No final de 2016, o banco detido a 100% pelo Estado tinha 8.133 trabalhadores em Portugal, menos 297 do que em 2015.

A CGD teve prejuízos de 38,6 milhões de euros no primeiro trimestre, que justificou com os custos extraordinários decorrentes do programa de pré-reformas e rescisões amigáveis que a está a implementar (com um impacto de 58 milhões de euros).

O plano de reestruturação da CGD implica ainda o encerramento de mais de 60 agências por todo o país, tendo hoje o banco apresentado aquilo que designa por "banco móvel", uma carrinha do banco que prestará serviços bancários em zonas em que a CGD não tem agências.

 

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Créditos
Lusa - Jornal Público
14 de Junho de 2017