Jorge Sampaio governou a Câmara de Lisboa durante dez anos. Foi eleito em 1989 numa coligação que juntou socialistas e comunistas, com a adesão do PEV, UDP,MDP/CDE e do PSR, tendo sido reeleito para um novo mandato em 1993.

Nesta fase da sua vida política foi reconhecidamente um político vertical, que soube abrir pontes, mantendo um relacionamento e um diálogo permanente com a esquerda e, até mesmo com a direita.

As suas obras materiais mais relevantes, enquanto presidente da Câmara de Lisboa são a reconstrução do Chiado, destruído pelo incêndio de 1988, a consagração de Lisboa como Capital Europeia da Cultura em 1994 e a criação do Museu do Chiado e da Música.

Foi um opositor à ditadura desde o seu tempo de estudante, e como advogado, defendeu presos políticos. Foi deputado durante toda a década de 80.

Nos alvores de 1995 anunciou a sua candidatura à Presidência da República, tendo renunciado ao cargo de Presidente da Câmara de Lisboa, levando João Soares, seu número dois, a assumir os destinos de Lisboa.

Durante os 10 anos em que presidiu aos destinos do país tomou decisões corajosas, como seja a demissão de Santana Lopes como chefe do governo de então, político a quem não reconhecia mérito. Foi no seu mandato que Timor Leste se tornou independente, o que o obrigou a luta diplomática intensa.

A sua carreira política inicia-se antes do 25 de Abril fazendo parte do MDP/CDE, tendo sido fundador do MES e IS (Intervenção Socialista).

Nesta fase da sua vida dedicou todo o seu saber e a sua experiência política e cívica a causas globais. Foi nomeado em 2006 por Kofi Annan “enviado” especial” na Luta contra a Tuberculose. Foi, entre 2007 e 2013, o Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações, sendo, presentemente, o homem que dirigia a Plataforma Global para os Estudantes Sírios.

O Sindicato dos Bancários do Centro presta homenagem ao homem de estado ímpar, corajoso e solidário, ao político exemplar que deixará nas nossas memórias e na nossa história o seu legado. Apresentamos  à sua família os nossos mais sentidos pêsames.

 

Fonte da imagem: Museu da Presidência da República