Comunicado Febase

Primeiro foi o perdão de dívidas, agora a proposta aos acionistas para o pagamento de uma contribuição de 4,9 milhões de euros para o fundo de pensões da Comissão Executiva do banco. Percebe-se agora porque a administração do Millennium bcp nem sequer responde à proposta de aumentos salariais da Febase!

A Febase tomou conhecimento, através da comunicação social, que a administração do Millennium bcp vai colocar à apreciação da Assembleia-Geral do banco, a 30 de maio, uma proposta para o pagamento extraordinário de 4.920.236 euros para o fundo de pensões exclusivo dos membros da Comissão Executiva do banco.

Esta proposta segue-se ao conhecimento da subida de 81,7% do valor das remunerações da Comissão Executiva face a 2016, justificada pela reposição dos salários dos gestores, que sofreram um corte de cerca de 22% durante o período em que o banco recebeu ajuda estatal. O total bruto das suas remunerações atingiu 3,779 milhões de euros em 2017.

Recorde-se que, no mesmo período e ao abrigo do Memorando de Entendimento, o banco congelou e diminuiu rendimentos dos seus trabalhadores – os salários brutos superiores a mil euros sofreram cortes de 3% a 11% –, situação que ainda não foi totalmente reposta e reparada.

E enquanto a Comissão Executiva trata dos seus interesses, mantém um ensurdecedor silêncio sobre aumentos salariais este ano para os trabalhadores.

Quanto ao fundo de pensões dos trabalhadores, cuja contribuição se encontra suspensa, não consta existir qualquer proposta de pagamento para apresentar na Assembleia-Geral.

A Febase não deixará de manifestar o seu mais enérgico repúdio por esta actuação da Comissão Executiva, que é atentatória da dignidade dos trabalhadores do banco, que todos os dias dão a cara pela instituição.

A recuperação do Millennium bcp muito deve aos seus trabalhadores, que durante anos suportaram a situação do banco de cabeça erguida, com consequências nos seus salários, na vida das suas famílias e até, para muitos, no seu emprego.

É natural o aprofundamento da deceção e revolta dos trabalhadores face à perda sucessiva de condições de trabalho, à recusa de aumentos de retribuições e à recusa de apresentação de uma proposta de atualização salarial.

PERDÃO DE DÍVIDA

Não há dinheiro para aumentar condignamente os salários dos trabalhadores, mas há folga suficiente nas contas do banco para perdoar milhões de euros de dívida a instituições.

Atos de gestão danosa como o perdão de dívidas têm de merecer veemente condenação por parte dos trabalhadores bancários, sublinhando-se que tornam ainda mais imorais e ilegítimos o agravamento das referidas condições de trabalho e a recusa de aumentos salariais.

Os trabalhadores do BCP merecem respeito. E a Febase tudo fará para defender os seus interesses.

10 | Maio | 2018

O Secretariado da Febase

 

Comunicado em .pdf AQUI