Os dias 19 e 20 de Abril foram os escolhidos para um passeio pelo Alto Douro vinhateiro, património Mundial da UNESCO, com subida do rio desde a Régua até ao cais de Barca D’Alva, já no limite do território nacional. Trata-se da zona por excelência de origem dos melhores vinhos do porto e onde estão as mais emblemáticas quintas do Douro, que se podem avistar ao longo do rio.

O primeiro dia ficou marcado por alguma chuva e pela visita à ermida de Nossa Senhora da Lapa, no concelho de Sernancelhe, construída pelos jesuítas no sec. XVII e que rapidamente se tornou um importante local de culto e de romaria. Este santuário e Santiago de Compostela chegaram a ser os mais importantes locais de peregrinação da Península Ibérica.

A visita ao santuário revelou-se importante, pois as preces foram ouvidas e no segundo dia o sol brilhou para receber os participantes na subida do Douro.

Com inicio no Cais da Régua e ao longo do percurso subimos as barragens de Bagauste, Valeia e Pocinho, avistámos as desembocaduras dos afluentes do Douro, na margem esquerda os rios Tedo, Távora, Torto e Côa na margem direita o Tua e o Sabor, destacamos ainda a passagem pelas vilas do Pinhão, Tua e Pocinho com paisagens deslumbrantes. A bordo foi ainda servido um magnifico almoço que teve como pano de fundo os vinhedos e os socalcos Durienses.

A passagem pela zona mais estreita do Douro conhecida pelo Cachão da Valeira (antiga formação rochosa que impedia a navegabilidade completa do Douro cuja demolição ficou terminou em 1792), fez-nos lembrar a tristemente célebre história da morte do Barão de Forrester cujo barco se virou no Cachão de Valeira e nunca o seu corpo foi encontrado. Reza a lenda que era acompanhado por D. Antónia Adelaide Ferreira (Ferreirinha) que se salvou graças às suas saias de balão que a mantiveram à superfície.

Ao final da tarde chegámos ao cais de Barca D’Alva, ultima povoação ribeirinha antes de entrar em Espanha, eram pois horas de regressar, mas ainda houve tempo para visitar Castelo Rodrigo onde sobressaem ao longe os torreões da antiga muralha, uma das 12 aldeias históricas de Portugal conquistada aos árabes no Séc. XI e dependente do reino de Leão até 12 de Setembro 1297, data a que remonta a assinatura do tratado de Alcanizes assinado por D. Diniz e que passou definitivamente a fazer parte do Reino de Portugal.

O regresso foi tranquilo depois de dois dias muito preenchidos e deixou nos participantes a vontade de regressar.

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