Caro(a) Sócio(a)
Em todo o Mundo é assinalado o 1.º de Maio como o Dia do Trabalhador.
Nunca é demais lembrar as origens desta celebração, até para que as novas gerações registem este exemplo.
Assim, recordo que foi há 134 anos (em 1889), que o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decidiu que o Primeiro de Maio passaria a ser o Dia Internacional dos Trabalhadores. A escolha desta data visou homenagear a coragem e o sacrifício de trabalhadores que três anos antes (a 1 de Maio de 1886), se concentraram na cidade norte-americana de Chicago, numa manifestação para reivindicar melhores condições laborais.
Cerca de meio milhão de trabalhadores participaram nessa gigantesca manifestação, que a polícia reprimiu de forma violenta, causando mortos e feridos entre os manifestantes.
Apesar da brutal reacção das autoridades, os trabalhadores não se intimidaram, antes voltaram à rua quatro dias depois, ousando enfrentar e responder às cargas policiais. Muitos manifestantes foram presos, quatro dos quais viriam a ser condenados à morte e enforcados e outros três sentenciados a prisão perpétua.
A notícia desta brutalidade rapidamente correu mundo, gerando condenação por parte de diversos países, de tal modo que as autoridades norte-americanas, perante a pressão internacional, viriam a libertar os dirigentes presos.
Estas são as origens históricas da escolha do Primeiro de Maio como jornada de luta em defesa dos direitos dos trabalhadores.
Em Portugal, antes da Revolução de 25 de Abril de 1974, a comemoração do Primeiro de Maio também foi sempre reprimida, com cargas policiais contra os trabalhadores que se manifestavam, com a prisão de dirigentes sindicais, com retaliações por parte de entidades patronais.
Mesmo assim, também entre nós muitos houve que, ano após ano, ousaram manifestar-se neste dia, pagando tal atrevimento com agressões, com a prisão, com retaliações. Entre eles vários dirigentes e associados de sindicatos bancários – que sempre estiveram na linha da frente do combate por melhores condições laborais e mais justiça social.
O Sindicato dos Bancários do Centro presta homenagem a todos os que, com muita coragem e espírito de sacrifício, se bateram por mais justas condições de trabalho. E a melhor forma de o fazermos é honrando o seu exemplo, trabalhando todos os dias por essa causa tão nobre que é a defesa direitos, da justa remuneração e das adequadas condições de trabalho dos nossos Associados.
É isso que o SBC tem vindo a fazer desde que foi criado, há 88 anos. E é esse trabalho que os Corpos Sociais que acabam de ser eleitos continuarão a fazer, incansavelmente, todos os dias deste novo mandato.
Iremos bater-nos por melhores condições de trabalho e por salários dignos.
Iremos defender a equilibrada conciliação entre a vida pessoal e profissional.
Continuaremos a pugnar pela salvaguarda dos postos de trabalho e pelos direitos dos trabalhadores.
Vamos intensificar a luta por pensões dignas para os reformados, mas também pela valorização dos trabalhadores mais jovens e a garantia de estabilidade que lhes é devida.
Prosseguiremos o nosso trabalho em prol da valorização da contratação colectiva, do diálogo social, contra a discriminação e pela igualdade de oportunidades.
Apesar dos excelentes resultados obtidos pelas instituições de crédito, os trabalhadores da Banca, principais obreiros desses resultados, continuam a ser objecto de muitas pressões e sobrecarga de trabalho. Por isso, nesta data tão especial renovamos o nosso compromisso de prosseguir a luta, todos os dias, incansavelmente, das mais diversas formas, defendendo os direitos dos bancários!
Viva o Primeiro de Maio!
Helena Carvalheiro
Presidente da DIreção