Foi nos passados dias 8 e 9 que dezenas de bancários, dos vários distritos onde o Sindicato dos Bancários do Centro intervém, estiveram presentes nas Jornadas de Bancários no Ativo do SBC, evento que decorreu em Miranda do Corvo.

A receção aos participantes foi feita por Nuno Carvalho, diretor do SBC, que, agradecendo a presença de todos, recordou a importância de podermos estar novamente juntos, num evento que é muito representativo para o Sindicato e que marca, numa certa dimensão, o regresso a um convívio salutar, onde não só se revêm amizades que a recente pandemia manteve afastadas, mas também se constroem e fortalecem novas amizades.

Porque este momento de convívio e partilha é também um momento de comunhão com a natureza, fortemente vincada no riquíssimo património histórico, gastronómico e cultural desta região, os participantes foram então brindados com um dos símbolos maiores de Miranda do Corvo, a famosa chanfana.

Ao início da tarde teve lugar uma palestra, em jeito de conversa, em que João Miguel Lopes e Nuno Carvalho, diretores do Sindicato dos Bancários do Centro, fizeram uma atualização sobre a forma como decorrem as diversas negociações com as várias instituições financeiras, as expectativas e as perspetivas quanto à sua evolução, reconhecendo as dificuldades existentes para conseguir fazer valer os interesses dos bancários, obrigando a medidas mais fortes, como a manifestação dos reformados bancários do passado dia 6 o demonstra.

E porque a realidade dos trabalhadores bancários no ativo é diferente, e também ela diferente de instituição para instituição, foi com agrado que se registou uma conversa bastante participada, em que se conseguiram perceber as realidades que os bancários dessas instituições vivem, com as suas exigências e desafios, mas também alguns exemplos de que vale a pena continuar a pugnar pela defesa de uma melhoria das condições laborais que reforcem o bem-estar dos bancários no seu local de trabalho. Foi, de facto, com agrado que o sindicato registou as muitas sugestões e contributos que nos foram dados e que serão, seguramente, tidos em linha de conta na definição de uma política sindical futura.

A realização destes eventos é também ela uma oportunidade de dar a conhecer a região e o que a diferencia, como é o caso das Aldeias de Xisto que, por toda a Serra da Lousã marcam a paisagem e constituem um importante polo turístico da região. É o caso de Gondramaz, localizada numa das encostas da Serra da Lousã, a cerca de 9 km do centro da Vila de Miranda do Corvo e que pudemos visitar.

Não sem antes, contudo, tentarmos avistar os veados na Serra da Lousã, no seu habitat natural e numa época muito especial do ano, em que ocorre um dos acontecimentos mais entusiasmantes do mundo natural, a brama dos veados.

A brama acontece no decorrer do período de reprodução dos veados, tal como nos pode referir André Dias da Associação Baldios de Vila Nova que nos deu a conhecer este acontecimento único.

Nesta época, que vai de setembro a novembro, os machos escolhem locais com menos vegetação, procurando fazer-se notar. Emitem bramidos bastante altos e característicos, que, entre outras manifestações, habitualmente são suficientes para afastar os rivais e raramente chegam ao confronto, mas quando acontecem estas lutas, num espetáculo único de observar, os grandes machos chocam e encaixam as hastes uns nos outros, num comportamento que serve para defender ou reclamar territórios com melhores condições e atrair as fêmeas.

Após o jantar houve uma tranquila noite de fados, em que a fadista de Miranda do Corvo, Laura Moita  acompanhada à guitarra portuguesa por João Paulo Devesa e à viola clássica por André Santos cantou temas bem conhecidos por todos, tornando o serão, após um final de tarde fisicamente exigente, muito agradável e descontraído.

Com o segundo dia, e com a realização de uma visita ao Parque Biológico da Serra da Lousã, onde se insere o Espaço da Mente, um ecomuseu etnográfico, que pretende originar uma reflexão sobre o Homem. Tem uma narrativa que vai desde o aparecimento da vida, até à morte da pessoa, evocando a exigência de liberdade.

A coleção reunida conta com uma mostra de peças representativas das artes e ofícios tradicionais, vivências diárias de outros tempos, como também a constituição de polos (ferroviário, JAE, Tanoaria, Ecomuseu …).

Percorrendo os caminhos do parque, foi possível observar cerca de 375 animais, divididos em 68 espécies diferentes, entre elas aves de rapina, urso pardo, lince, lobo ibérico, raposa, javali, veado e uma variedade única de raças da agro-pastorícia tradicional portuguesa, entre muitos outros! Uma particularidade deste Parque, é que muitas das espécies que pudemos ver são espécies irrecuperáveis, ou seja, espécies que não poderiam voltar a viver por si só na Natureza.

Uma visita que nos proporcionou uma perspetiva diferente sobre o relacionamento entre diferentes espécies e como é possível replicar, em sociedade, essas virtudes.

O encerramento teve lugar pelas 14h, num reconhecido restaurante de Miranda do Corvo com a presença da Dra. Helena Carvalheiro (presidente do SBC), Dr. Miguel Baptista (presidente da Cãmara Municipal de Miranda do Corvo) e os representantes das juntas de Freguesia de Miranda do Corvo e Vila Nova, respetivamente, João Paulo Fernandes e Soledade Carvalho, cujo apoio à realização deste evento não podemos deixar de agradecer.

Reforçar os laços que nos ligam aos nossos associados e, particularmente, àqueles que apenas costumamos encontrar em ambiente laboral é uma prioridade assumida e que esteve pausada pelas razões que todos conhecemos. É, pois, com este propósito maior e com a vontade de todos os que participaram regressar para o próximo ano que nos sentimos motivados para começar já a pensar na próxima edição.

Veja AQUI algumas fotos do evento