Com a devida vénia, transcrevemos artigo publicado na edição de hoje do Dário Económico.
Filipe Alves - filipe.alves@economico.pt
2016-03-09
Jorge Cardoso assume área de risco de crédito e ‘side bank’. Francisco Cary é o novo CFO.
Os pelouros foram redistribuídos na administração do Novo Banco, para reforçar a área operacional e preparar o processo de venda. Ao que o Económico apurou, Jorge Cardoso deixa as funções de administrador-financeiro (CFO), para assumir a responsabilidade pelo risco de crédito e pelo chamado ‘side bank’, que agrega os activos não-estratégicos que o Novo Banco pretende vender.
Por sua vez, Francisco Cary é o novo CFO do Novo Banco, Vítor Fernandes assume a área de empresas e José João Guilherme mantém a banca de retalho e passa a ser responsável também pelo ‘private banking’. Já Francisco Vieira da Cruz mantém os pelouros jurídico e de recursos humanos. As alterações nos pelouros foram ontem comunicadas aos colaboradores do Novo Banco mas, até ao fecho da edição, não foi possível obter esclarecimentos de fonte oficial da instituição.
Com estas mudanças, Jorge Cardoso passa a acompanhar de perto o processo de venda do Novo Banco, bem como dos activos não-estratégicos incorporados no chamado ‘side bank’, que tem activos no valor de 17 mil milhões de euros. No âmbito do plano de reestruturação acordado com a Direcção Geral da Concorrência da União Europeia (DG Comp), estes activos deverão ser alienados pelo Novo Banco.
Entretanto, o processo de venda do próprio Novo Banco está em marcha. Tal como o Económico noticiou na terça-feira, o Banco de Portugal (BdP) vai realizar um ‘roadshow’ pelas principais praças financeiras da Europa e da América do Norte, na segunda quinzena de Março, com vista a atrair investidores. O plano do supervisor contempla duas opções: a venda directa a investidores institucionais - grandes bancos europeus ou fundos internacionais - ou a dispersão de capital em bolsa, numa operação que poderá arrancar até ao próximo mês de Julho.
Nos últimos meses, o BdP tem mantido contactos informais com vários potenciais interessados na compra do Novo Banco, incluindo grandes bancos espanhóis como o Santander ou o CaixaBank (que só estará disponível para concorrer ao Novo Banco através do BPI e se, entretanto, conseguir controlar este último). Os contactos com potenciais investidores vão passar agora para outro nível, mais formal e institucional, prevendo-se que o rumo a tomar seja definido até Junho, altura em que será divulgado o caderno de encargos.
A nova tentativa de venda do Novo Banco terá lugar sem as incertezas e os riscos que obrigaram ao cancelamento do primeiro concurso de alienação, apesar de o banco continuar no ‘vermelho’, após o prejuízo recorde de quase mil milhões de euros em 2015. O perímetro de activos do Novo Banco está fechado e as necessidades de capital estão resolvidas (após a polémica decisão de transferir dívida sénior para o BES “mau”), enquanto o risco de litigância ficará a cargo do Fundo de Resolução.
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