À quarta sessão de negociações, as Instituições de Crédito (IC) avançaram com uma proposta de 0,2% de aumento nas tabelas. E à revisão do clausulado proposta pelo Mais Sindicato e o SBC, responderam com o “não” habitual. A falta de consideração pelo trabalho dos bancários, não sendo surpreendente, é chocante.
As negociações de revisão do ACT do setor bancário e respetivas tabelas têm estado marcadas por percalços, especialmente devido aos efeitos da pandemia de Covid-19.
Depois de os Sindicatos apresentarem uma proposta de revisão de tabela, cláusulas de expressão pecuniária e de outro
clausulado, as sessões entre as partes foram suspensas em março.
No entanto, ainda no final de março e já utilizando oportunisticamente os efeitos então imprevisíveis da pandemia, as IC
manifestaram a intenção de não mexer na tabela e cláusulas de expressão pecuniária. Ou seja, uma proposta de 0,00% de
aumento salarial.
Só no final de julho, após a quarta reunião – na qual as partes concluíram a discussão das propostas de revisão de clausulado apresentadas pelo Mais Sindicato e o SBC –, as IC comunicaram a sua disponibilidade de aplicar o risível
aumento de 0,2% da tabela e cláusulas de expressão pecuniária.
Uns ridículos cêntimos
Se se fizer as contas, constata-se o ridículo da proposta patronal.
Veja-se alguns exemplos:
Clausulado
Relativamente ao clausulado do ACT, os Sindicatos insistiram na necessidade de rever e atualizar a convenção
coletiva, introduzindo algumas matérias. Em junho deu-se início à discussão das propostas apresentadas.
Não obstante a fundamentação económica que justifica a posição de ambas as partes, os Sindicatos consideram
que há outras matérias importantes para os bancários e que têm de ser contratualizadas, como sejam promoções,
férias, assédio no local de trabalho, direito a desligar e, fundamental, o teletrabalho.
À semelhança de anos anteriores, a postura das IC é “mais do mesmo”, não demonstrando qualquer abertura para
a banca se adaptar à nova realidade. A sua resposta é perturbadora: “Estamos bem como estamos”.
O Mais Sindicato e o SBC repudiam veementemente este comportamento retrógrado, pois os bancários não estão
bem como estão.
A falta de consideração pelo seu trabalho não tem reflexos em mais nenhum setor de atividade, apesar dos lucros
que a banca vai anunciando.
Na quarta sessão de negociações concluiu-se a discussão das propostas sindicais. Ficaram todas suspensas, mas os
Sindicatos não vão desistir do seu objetivo de incluir no ACT matérias de grande importância para os bancários.
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