A divulgação de informação bancária dos clientes pelos próprios bancos irá entrar em vigor em janeiro e trazer mudanças para utilizadores e empresas.

Adotada pela União Europeia em 2015, a Diretiva para Serviços de Pagamento (PSD2) vai entrar em vigor a partir de janeiro e trazer mudanças para bancos e consumidores. Segundo a agência Bloomberg, a nova lei poderá revolucionar a forma como 500 milhões de euros gastam, pedem emprestado e investem. Saiba o que vai mudar:

  • Em que é que consiste e porque foi adotada?

A argumentação da UE para a mudança baseia-se na dominância de grandes bancos, que leva a custos elevados para os clientes. Assim, a ideia é que os bancos partilhem os dados dos clientes para impulsionar a competitividade. Os bancos serão obrigados a dar a empresas legítimas, fidedignas e credenciadas acesso às contas dos clientes. Entre elas estão fintechs ou empresas com serviços de pagamento digitais como a Amazon e a Apple.

  • O que vai mudar para consumidores?

A grande mudança trazida pela diretiva é que oficialmente os dados financeiros dos clientes passam a pertencer-lhes, em vez de aos bancos. Parece confuso, mas significa que os clientes têm assim direito a partilhar os seus próprios dados com quem quiserem (dentro do espectro de empresas certificadas) fora da instituição bancária onde têm conta. Apesar de já ser uma tendência o uso de aplicações e meios de pagamento digitais para fazer transações, mas com a PSD2 a colaboração entre bancos tradicionais e novas formas de pagamento passa a ser obrigatória e não opcional.

  • O que vai mudar para o setor da banca?

O cenário de hegemonia de grandes bancos poderá ser pressionado. Não significa o fim dos bancos, mas as mudanças poderão levar a uma maior diversificação, ou seja, o mesmo cliente usar serviços de empresas diferentes consoante lhe seja mais conveniente. Grandes grupos e a Associação Bancária Europeia apoiam a lei porque dizem querer mostrar aos clientes que a inovação digital é bem-vinda. No entanto, a lei também já recebeu críticas, especialmente devido a preocupações que possa comprometer a segurança da informação financeira dos clientes.

 

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Créditos
Leonor Mateus Ferreira - Jornal Económico
28 de outubro de 2017