A fusão entre os bancos controlados pelo Estado espanhol estava já prevista e vai agora avançar, numa operação que representará um prejuízo de mais de mil milhões de euros para os contribuintes.

Depois de o Santander ter fechado a compra do Popular, agora é a vez de o Bankia absorver o Banco Mare Nostrum (BMN), uma operação já aguardada e que vai resultar em prejuízos para os contribuintes espanhóis.

Os conselhos de administração do Bankia e do BMN fecharam ontem os termos da fusão entre as duas instituições, com esta última a ficar avaliada em 825 milhões de euros.

Os accionistas do BMN vão ficar com 6,67% do capital da nova instituição, sendo que ao Estado espanhol caberá uma posição avaliada em 536 milhões de euros. Um valor que representa menos de um terço dos 1.645 milhões de euros que o Estado espanhol injectou nesta instituição financeira, quando em 2012 aplicou mais de 40 mil milhões de euros numa série de bancos espanhóis com recurso a fundos europeus.

O Bankia, que agora absorve o BMN, foi um dos que mais fundos públicos recebeu na altura: 22 mil milhões de euros. O Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (Frob), veículo criado por Madrid para apoiar o sector, controla 65% do capital do Bankia e também do BMN.

O objectivo do Estado espanhol passa por vender acções do banco que resultar da fusão, com o objectivo de recuperar parte do dinheiro que injectou nas duas instituições.  Um relatório recente do Banco de Espanha dá por perdida grande parte do dinheiro que o Estado espanhol injectou na banca do país desde 2008.

O BMN, que resultou da fusão de diversas "cajas" espanholas (Murcia, Granada e Penedès), tinha como presidente do conselho de administração o actual ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos.

Leia a notícia aqui.

Créditos
Nuno Carregueiro - Jornal de Negócios
27 de Junho de 2017