Segundo um estudo do Centro Interdisciplinar de Estudos de Género (CIEG) relativo a 2015, em Portugal cerca de 12,6% das pessoas já foram vítimas de assédio sexual e 16,5% de assédio moral, números muito superiores à média europeia. Em outubro de 2017 entrou em vigor nova legislação sobre esta matéria. Será que veio mudar o panorama e tornar mais visível esta realidade? A Advocatus foi ouvir dois casos distintos, vários advogados e outros especialistas para tentar perceber.
«Um dos episódios de que me lembro bem foi de um dia me ligarem a pedir que fosse para o escritório porque ia haver uma reunião da direção e “precisavam de uma menina bonita”», começa Maria (nome fictício) por contar, sobre uma situação de assédio moral e sexual que viveu no trabalho.
“Foi no meu primeiro emprego. Era quase o emprego de sonho, no departamento de enoturismo de uma grande empresa de vinhos” – explica Maria, licenciada em Turismo, hoje com 30 anos – “mas o trabalho em si acabou por ser um pesadelo”. Depois de um estágio na área do enoturismo soube, uns meses mais tarde, por intermédio de uma ex-colega, que a empresa Dão Sul – que produz os vinhos Cabriz – estava à procura de pessoas para o mesmo departamento.
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Créditos: Ana Sofia Franco com Elisabete Felismino - Eco.pt 11 de março de 2018
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