A adversidade do tempo não travou o largo número de bancários que se concentraram à porta da Associação Portuguesa de Bancos (APB) para se manifestarem a favor de uma maior justiça salarial, quer para bancários no ativo, quer para reformados.

O protesto, marcado pelos sindicatos afetos à UGT, o Sindicato dos Bancários do Centro, o Mais Sindicato e o Sindicato dos Bancários do Norte, para a tarde do passado dia 8 de fevereiro, visava chamar a atenção para a posição assumida pelas Instituições de Crédito, de total distanciamento das pessoas e desinteresse pela sua valorização.

Lembramos que à proposta sindical de aumentos de 6%, justificada pelos crescentes lucros dos Bancos, para os quais contribuíram decisivamente todos os trabalhadores bancários, pela inflação e pela continuada perda do poder de compra, aqueles responderam com 2%.

Helena Carvalheiro, presidente do SBC, refere precisamente que “os 2% que a banca nos quer dar está muito aquém da justa valorização dos trabalhadores e reformados bancários”, explicando que a valorização das carreiras e o aumento das reformas no setor, que “são as mais baixas de todos os setores de atividade”, são outros dos motivos para este protesto, reforçando que a manifestação foi “só o início da luta” dos bancários.

Já Mário Mourão, secretário-geral da UGT, defende a importância dos bancos terem lucros, mas que esses lucros devem ser parcialmente repartidos com aqueles que os ajudaram a criar e que muito têm sofrido, depois de um esforço hercúleo para segurar os bancos quando o setor esteve em crise, os mesmos que sofreram cortes salariais e despedimentos.

Às muitas palavras de ordem que se faziam ouvir, “bancários reformados continuam desprezados”, “APB, escuta, os bancários estão em luta”, “para os bancos milhões, para os bancários tostões” ou “trabalhámos para os vossos lucros, queremos aumentos justos” os bancários mostravam vontade de continuar com esta luta, insatisfeitos com a posição assumida pelas IC e potenciada pelo adiamento, por parte da APB, de reunião entre o grupo negociador das IC subscritoras do ACT do setor e os Sindicatos da UGT, marcada para esse dia com a justificação de estarem a analisar uma proposta de acordo que implica diversos cálculos, que ainda não estavam concluídos.